Energias renováveis para proteger a história do Brasil

Uma caça em busca da história perdida: assim pode ser definido o trabalho de pesquisa arqueológica que é feito antes do início da construção de cada projeto da EGP. Artefatos líticos produzidos quase 3.000 anos atrás, um muro feito com blocos de calcário e seixos de quartzo, louça europeia e até mesmo uma fazenda inteira do século XVIII. São alguns dos itens descobertos durante as pesquisas arqueológicas feitas nas áreas de construção das usinas de Nova Olinda, Cristalândia e Serra Azul e do complexo hidrelétrico de Apiacás. Revelam a história de diferentes comunidades, e por isso são identificados e preservados pela EGP. Um trabalho meticuloso O trabalho meticuloso feito pelo setor de Meio Ambiente do Departamento de Engenharia e Construção da EGP começa com o mapeamento dos sítios arqueológicos e termina com a escavação dos artefatos nas regiões mapeadas. "Com a ajuda de empresas de gestão de recursos arqueológicos, o trabalho é dividido em três fases: diagnóstico, sondagem e escavação dos artefatos." Cada fase, por sua vez, tem três etapas – em campo, laboratório e escritório – e cada projeto é realizado por uma equipe fixa de arqueólogos, com o apoio das instituições locais. Em algumas localidades também são contratados restauradores, como em Apiacás, onde foram encontrados objetos de cerâmica. Valorização do patrimônio cultural Os artefatos encontrados ajudam a compreender e esclarecer como as comunidades se expandiram e demonstram a capacidade de adaptação dos antigos habitantes às mudanças ambientais. "Considero esse trabalho de pesquisa arqueológica maravilhoso e essencial para a história do país. A EGP leva este programa muito a sério e conta com o apoio de diversas organizações em cada localidade." Valéria Guimarães Ladeira, Coordenadora de Meio Ambiente da EGP Conforme a legislação nacional e as diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a EGP e qualquer outra empresa com projetos semelhantes é obrigada a realizar pesquisas arqueológicas e atividades educativas de valorização do patrimônio. “No final de cada etapa do programa, a empresa de gestão arqueológica contratada prepara um documento voltado para a educação patrimonial, que pode ser usado pelas instituições e a população local. O documento descreve as descobertas em linguagem simples: é fundamental para engajar toda a comunidade com o projeto”, explica Ladeira. Vestígios milenares em Nova Olinda O parque solar de Nova Olinda da EGP fica entre os municípios de São João e Ribeira, no Piauí, e os trabalhos de sondagem arqueológica nos arredores do parque e da linha de transmissão começaram em dezembro de 2015. "O Estado do Piauí se destaca na arqueologia brasileira por ser onde foram encontrados os vestígios dos habitantes mais antigos das Américas, que viveram há 48 mil anos." O trabalho realizado pela Zanettini Arqueologia teve importantes resultados do ponto de vista histórico e cultural, revelando materiais da época da primeira ocupação da América do Sul, de grupos de cultivadores que viviam no local entre dois e três mil anos atrás e do período de colonização portuguesa. "Encontramos artefatos e louças europeias, fragmentos de metal e pedras lascadas que provavelmente foram usadas como armas. Também localizamos uma fazenda do século XVIII." Paulo Zanettini, Arqueólogo e Diretor da Zanettini Arqueologia Ao compartilhar os resultados e as descobertas, essa herança cultural tornará a fazer parte da identidade das comunidades locais. “Comunicar à sociedade as descobertas é o que diferencia a arqueologia brasileira da arqueologia de outros lugares do mundo”, explica Zanettini. Assim, cada registro encontrado nas escavações se torna um elemento-chave para preservar e divulgar referências culturais nacionais que estavam perdidas.

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