No inverno, a acumulação de gelo nas pás das turbinas eólicas é uma grande dor de cabeça para os operadores dos parques eólicos, principalmente nos países em que as temperaturas costumam ser muito baixas durante essa estação. Um sistema de detecção do gelo em teste na Grécia está apresentando resultados promissores. É uma questão importante, pois o gelo pode ser perigoso. A queda de blocos de gelo das pás da turbina é um risco sério para os trabalhadores que operam na área. O gelo também aumenta o índice de desgaste das turbinas, com repercussões evidentes sobre os custos de manutenção e substituição, assim como para a segurança, em caso de queda de partes da pá. As perdas de produção também devem ser levadas em conta: quando o gelo é detectado, ou suspeita-se que esteja presente, as turbinas devem ser desligadas. Integrando gelo e degelo Outro problema é a dificuldade de detectar com precisão a formação de gelo em uma pá de aproximadamente 40 metros de comprimento que gira a 80 metros do solo. Na Grécia, a Enel Green Power está testando um sistema inovador de detecção de gelo por fibra óptica no seu parque eólico de Zoodochos Pigi, buscando soluções avançadas para os problemas causados pelo gelo e o degelo. O ideal seria poder dispor de um sistema que fornecesse resultados precisos e exatos integrado a um sistema para derreter o gelo, evitando, dessa forma, a necessidade de interromper a produção por longos períodos. Os sistemas avançados em teste são baseados em sensores, e se diferem da metodologia padrão, que compara a curva de potência real de uma turbina com a sua curva de potência nominal. Como demonstrado durante os testes realizados na Grécia, os resultados obtidos com a metodologia padrão não são muito precisos ou exatos: em alguns casos, a formação de gelo não foi detectada, em outros, foram recebidos falsos positivos. Coleta de dados para comparar e contrastar O sistema avançado atualmente estudado monitora uma série de funções, como a carga e a vibração da pá, e foi instalado experimentalmente em três turbinas do parque de Zoodochos Pigi durante o inverno de 2019-2020. O objetivo era coletar dados para compará-los com os dados coletados mediante o sistema de controle da turbina. O experimento, que foi um sucesso em termos de confiabilidade e precisão, continuará no próximo inverno. Outros quatro sistemas com tecnologias diferentes serão testados nos próximos meses para descobrir qual é o melhor e integrá-lo ao sistema de controle da turbina. Paralelamente a esses testes, a Enel Green Power também está buscando testar um sistema de degelo. O objetivo final é evitar as interrupções de produção e a danificação das pás, assim como reduzir os riscos de segurança relacionados à presença de gelo nas pás, fatores cuja importância é cada vez maior considerando a crescente centralidade das energias renováveis para combater ar mudanças climáticas. Monitoramento de problemas relacionados ao clima O gelo nas pás das turbinas eólicas não é o único problema relacionado ao clima que dificulta a geração de energia renovável, e tampouco o único fator que exige soluções inovadoras. Deixando de lado os riscos ligados a condições climáticas extremas, como ventos fortes, granizo ou inundações, existem problemas rotineiros que requerem soluções inovadoras. Em um parque fotovoltaico, a neve no inverno e a poeira no verão limitam a geração de energia. A Enel Green Power utiliza soluções inovadoras, como drones, para o monitoramento inteligente dos painéis solares e de outros componentes, assim como soluções de software avançadas para supervisionar e apoiar as atividades de construção. Fortalecendo o setor de E&C com o programa “E&C Revolution” Há três anos, as áreas de Innovation e Engineering & Construction da Enel Green Power lançaram o programa denominado “E&C Revolution”, com o objetivo de estimular a área de E&C com novas ideias e soluções inovadoras. Esse primeiro programa incluiu repensar a construção da usina como o produto de um processo de fábrica, usando modelagem 3D e digital para economizar tempo, custos e recursos durante a fase de instalação e garantir maior qualidade, saúde, segurança e sustentabilidade. As metas do programa foram alcançadas, e uma nova meta foi definida. Nasceu, então, o programa E&C Revolution 2.0, que se concentra no uso de drones, robôs e softwares para ajudar a projetar, desenvolver e construir as usinas do Grupo. O plano foi anunciado durante uma reunião em Roma no início deste ano, e algumas das inovações já estão sendo implementadas, como por exemplo o uso de um modelo virtual para construir completamente uma estrutura antes de iniciar a construção real. O modelo se tornou a espinha dorsal da revolução na construção. Com ele, é possível monitorar de forma interativa e em tempo real todas as fases da cadeia de valor, reduzindo custos, tempo e riscos durante a construção e aumentando os padrões de saúde, segurança e sustentabilidade. Plataforma de inovação aberta da Enel A maioria das novas soluções descritas acima, alavancadas pelo modelo de inovação aberta e pela rede de innovation hubs da Enel, estão se difundindo pelo mundo inteiro. E graças a esse modelo, o processo engloba um grande número de parceiros, de start-ups a grandes empresas.